terça-feira, 7 de abril de 2009

O quanto o nosso planeta é realmente grande?

Quantas vezes nos admiramos, à beira de uma praia, com a imensa quantidade de água que há no oceano? Ou então, olhando para os céus, nos perguntamos o quão longe de nós está uma nuvem, sendo a nossa atmosfera quase que infinita? Nosso planeta é imenso! Mas de fato não é bem assim. A nossa percepção de espaço costuma se tornar bastante distorcida devido ao nosso ponto de vista, trazendo falsas impressões e fazendo que, com isso, não percebamos o quão restrito é o ambiente que possibilita a nossa vida, ou seja, a biosfera.

Os oceanos se espalham sobre a superfície da Terra mantendo uma profundidade média de 5 km. Isto nos traz um sentimento subjetivo de uma grande profundidade, chamada de abissal, porém isto representa, de fato, uma superfície extremamente delgada de água espalhada sobre uma “grande” área. Para ajustarmos as nossas percepções sobre as dimensões reais dos oceanos, lembremos que o diâmetro da Terra no equador é de aproximadamente 13.000 km, portanto, a profundidade dos oceanos representa apenas 0,04% desta distância. Se considerássemos o planeta como uma esfera de 1 metro de diâmetro, teríamos um oceano como uma película de 0,4 mm de água.

E a atmosfera? A atmosfera não é muito maior que isso. Na verdade devemos considerar a troposfera, que é a única camada na qual os seres vivos podem respirar normalmente. A troposfera tem uma espessura média de 12 km, atingindo 17 km nos trópicos, e nela está contido 90% de todo o ar da atmosfera. Naquela nossa esfera de 1 metro de diâmetro, a troposfera seria de apenas 1 mm.

Distâncias como 5 km (prof. média dos oceanos) e 12 km (espessura média da troposfera) quando transpostas para distâncias horizontais, se tornam perceptivelmente pequenas, podendo ser percorridas até mesmo a pé, mostrando que as distâncias verticais são percebidas por nós de forma superestimada.

Tendo em vista este ajuste de percepção sobre as dimensões da atmosfera e oceanos, e lembrando que a população humana está na casa de 6,5 bilhões de habitantes, fica claro o quão frágil é o nosso planeta. A atmosfera e os oceanos não são tão imensos quanto pensamos. São na verdade pequenos, sendo bastante vulneráveis à poluição causada pelas atividades humanas, recebendo de forma constante contaminantes como agrotóxicos, metais, hidrocarbonetos, dióxido de carbono, entre outros. A conseqüência disso hoje já é evidente, quando nos deparamos com realidades como poluição das águas e do ar, acúmulo de contaminantes nos pescados, intensificação do efeito estufa e diminuição da camada de ozônio.

João Pedro Demore

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